Era um sábado do mês de setembro. O dia amanhecera ensolarado e para todos da família era um dia especial. Naquele dia, dois jovens enamorados, apaixonados, iriam se unir pelos laços sagrados do casamento. O noivo, Frederico, era irmão de Fernando, o pai da principal personagem dessa história.
A noiva, Alice, tinha sido minha aluna do curso normal colegial (Magistério – 2º grau) e eu nessa época estava cursando o penúltimo ano do curso de Letras Anglo Portuguesa numa cidade distante, e justamente nesse dia haveria prova de inglês e não poderia faltar, pois era dia de prova bimestral e naquele tempo, dificilmente, raramente, só em casos de extrema necessidade e justificativa se faltava às aulas.
Era o ano de 1972. A cerimônia do enlace matrimonial aconteceria às 16:00 horas, na igrejinha da cidade onde residíamos. Eu, meu marido e meus dois filhos nos arrumamos e fomos à cerimônia, mas por ter que ir à faculdade, eu participaria apenas da cerimônia religiosa. A festa? Nessa eu não poderia ficar devido ao compromisso escolar. Assisti apenas à cerimônia religiosa, depois precisei tomar a Kombi que nos levaria à faculdade, eu e mais sete companheiros.
Durante a cerimônia religiosa, sentados em um dos bancos da igreja, minha filha, uma graciosa loirinha com apenas 3 anos de idade, virou-se para o irmãozinho Gabriel, que tinha 5 anos de idade e que era praticamente o seu anjo da guarda de todos os dias, principalmente quando saiam às ruas para brincar, e, num tom de voz um tanto orgulhoso e feliz, disse:
─ Tato, olha a conguinha nova que a mãe comprou pra mim!
E o Tato então, levantando a sua perna, apontando para o pé, num alegre tom de voz, também disse:
─ Eu também ganhei sapato novo. Olha o meu Kichute. É novinho, é novinho em folha.
Aquela atitude tão ingênua e infantil não me deixou constrangida, porque nessa época, conga e kichute eram THE BEST, ou seja, eram os tênis da moda, usados pela maioria das pessoas que ali estavam.
ELIAL
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